sábado, 23 de abril de 2011

live and let die.

Hoje fui ver um filme. 'Source Code', cheguei há uns minutos de o ver. Foi interessante. Fez-me pensar no que vem a seguir. Há momentos que gostávamos de viver para sempre. Há realidades que gostaríamos de alterar e viver segundo os padrões que quisermos. Uma espécie de dimensões paralelas. É para aí que eu quero ir se morrer. Se houver outra dimensão, quero ir ver como é. Quero pisá-la. Ver como serão as pessoas. O filme roda à volta de 8 minutos que o Jake G tem de reviver vezes sem conta. São só 8 minutos mas no final, ele consegue prolongar essa realidade paralela.

Por vezes, dá mesmo essa vontade. Retroceder oito minutos da vida e voltar a repetir tudo e mudar só alguma coisinha. Fazer tudo ao contrário e tentar com que tudo dê certo. Há erros que se cometem, há acidentes de percurso. Se tudo corresse como planeado de certeza que o mundo não seria assim. Boas coisas surgiram do erro de outros. A América foi descoberta por engano. Eu conheci pessoas boas por acaso. Um pequeno pormenor alterado podia ditar muitas coisas. Eu acredito que tudo acontece devido a consequências de acções anteriores. X desenvolve para um Y ou Y acontece porque um X existiu antes. Se a minha avó não quisesse um gato e não tivesse pedido um gato à minha mãe, eu não teria um gato. Eu ter dito uma palavra pode ter-te pôs-to triste. E disso eu tenho culpa.

Voltava atrás as vezes necessárias para que tudo corresse bem. Tudo. Butterfly effect ? Se calhar. O simples facto de não ter nascido alteraria a vida a muita gente. Podia ser melhor ou pior, mas seguramente diferente. Há pessoas que nos são queridas que queremos simplesmente que sejam felizes, por mais que nos custe. Aprendemos a amar as pessoas. A gostar delas. Temos relações com elas. Pelo menos isso acontece comigo. O meu gato provavelmente teria morrido nas ruas se a minha avó não quisesse um gato.

Como ser, eu sou uma porcaria. Devia ter um computador que me dissesse as consequências das minhas acções. Não quero ter de corrigir erros meus, nunca mais. Não quero morrer sabendo que não está tudo como deveria estar.
morrer a teu lado é uma forma tão 'divina' de morrer.

Quando eu morrer, quero saber e sentir que tudo fiz para que corresse tudo bem. Não digo que tenha feito tudo bem porque já fiz coisas mal. Mas quero morrer a saber que fiz tudo para que ficasse tudo bem. Não gosto de projectos inacabados. Não gosto de deixar as coisas por fazer. Quero levar tudo até ao fim. Para as melhores coisas, quero descobrir que não têm um fim. Constrói-se o futuro com pequenos passos seguros e sólidos. De baixo para cima. Se tivermos que recuar, damos as mãos e avançamos juntos.

Quero morrer velhinho e dizer que tive um blog e que um dia escrevi sobre isto, o que quer que seja isto. Eu não quero voltar minutos atrás. Eu quero é que os minutos andem mais depressa até poder estar junto daqueles e daquela. Estou contente por poder olhar para trás sem amargura. Esta é a realidade que quero viver. É esta que quero, com todos os seus defeitos. Se não morrer velhinho, quero viver uma realidade paralela onde altere o detalhe que me permita morrer velhinho com o ar de quem viveu o que sempre quis. Quero morrer com aquele sorriso nos meus labios.

Se somos capazes de o sonhar, somos capazes de o fazer.

Demorei bastante a escrever tudo e nunca sei quando acabo.

Eu quero que tudo corra bem. É isto que eu quero.
Liga-me. Quero fazer-te ver as coisas de forma diferente.

todos temos um lugar no mundo. o meu, é a teu lado 

2 comentários:

José Carlos disse...

belo e comprido post. Também gostei muito do source code, não sei porquê, fez-me lembrar o eagle eye.

mary disse...

Muito bom :)