domingo, 10 de outubro de 2010

love is not a victory march

Desenganem-se os tolos que assim o pensam. O amor não é o culminar de nada, é o início de tudo. Não é fácil, não é simples, não é para todos. É muito complexo e indefinido. Deitarmo-nos sobre o que sentimos e esperar que tudo permaneça igual e intacto é o que não podemos fazer. Não podemos ficar a ver e à espera que tudo se construa sozinho. Temos de ser proactivos. No amor não há pausas, não há replay, nem retrocessos. Avanços rápidos há, isso não se pode negar. Avançar rápido, no entanto, coloca o filme da nossa vida mais perto de acabar. As coisas devem ser feitas de forma natural, à velocidade normal. O amor leva tempo e não é fugaz. Cria em nós uma dependência incomparavel. A adrenalina total que nos vicia. Eu acho que o amor é recíproco, sempre. Se não for, é porque tem outro nome. Isto deve-se à indefinição de amor. Nós só podemos falar de amor por comparação, costumo eu dizer. Podemos dizer que o que sentimos por aquela pessoa é o mais perto de amor que já sentimos antes, sem nunca sabermos se o é ou não. Por isso é que temos os namoros antes dos casamentos. É dia sobre dia que esta relação amorosa é trabalhada, estruturada sobre bases sólidas e consistentes, para que não venha abaixo facilmente.
Ofende-me quando ouço falar em amor platónico porque é referido como um amor por alguém que mal conhecemos. Faz-me confusão porque vai contra tudo que eu defendo.
No amor não há promessas, não devia haver pelo menos. Os namoros consistem em tentativas, nada mais, lamento. Ninguém disse que ia dar certo. Se alguém vos disse e não deu, não podem apontar nada. Pelo menos aprenderam como não (!) fazer da próxima vez que tentarem. Desistir é triste e admitir que não somos suficientemente bons para viver mais.
Pode dizer-se que não escolhemos por quem nos apaixonamos, mas eu acho que não é tanto assim. Acho que só nos apaixonamos por uma pessoa que demonstre interesse em falar connosco, em estar connosco. Esse interesse é recíproco porque eu, pelo menos, só falo com alguém se eu quiser falar, certo? Sendo assim nós seleccionamos quem pode e quem não pode fazer parte do nosso mundo. Digo eu. Eu sou muito céptico, vai ser difícil convencerem-me do contrário.
Os homens não são todos iguais, nem as mulheres. Se as pessoas derem oportunidades a homens diferentes talvez se surpreendam. Agora, irem sempre ao mesmo saco buscarem o mesmo tipo de pessoas, é normal que sejam todos iguais. Erros de casting acontecem e podem acontecer. Devem é ser evitados.

No amor desatam-se nós e não se atam como se diz. Dar um nó ao amor, é enforcá-lo e abafá-lo até perder a cor. Até morrer.

A racionalização do amor é perigosa, é um campo minado e não está ao alcance de todos. O amor não deve ser estudado, deve ser vivido e dada a sua complexidade, deve ser descomplicado. Quem o ousa racionalizar deve ser palerma.

O amor é duro, estúpido e bonito. É duro o suficiente para nos dar trabalho diário. Um trabalho que nos tem de dar prazer. Deve ser vivido todos os dias com afinco e dedicação. É estúpido, não há como evitar. Vale a pena. A luta é diária mas recompensadora e reconfortante. Até que a morte os separe.


''love is not a victory march
it's a cold and it's a broken hallelujah''

12 comentários:

Anónimo disse...

"O amor é duro, estúpido e bonito. É duro o suficiente para nos dar trabalho diário. Um trabalho que nos tem de dar prazer. Deve ser vivido todos os dias com afinco e dedicação. É estúpido, não há como evitar. Vale a pena. A luta é diária mas recompensadora e reconfortante. Até que a morte os separe. "
O amor é tudo Luís *

Catarina disse...

Bem, surpreendeste-me um bocado por falares de um assunto sério de uma forma civilizada! :b Até porque o texto está deveras bonito e muito bem escrito! Gostei particularmente da frase final.

O amor é mesmo duro, estúpido e bonito, e se dá trabalho, esse é dos melhores trabalhos que nos podem dar! (:

Subiste um ponto na minha consideração (não mais direi isto)!

Alguém... disse...

Grande texto, não tenho tamanho mas sim pelo qualidade.
Concordo contigo quando dizes que só é amor quando é correspondido, sem duvida.

Parabéns *

S'fff disse...

caso para dizer que se nao escreveste isto para abrir os olhos a alguem, a coincidencia foi muita. um bom texto e com muita verdade, sou obrigada a dar-te razao ^^

suellen cristina disse...

Texto Fantástico!

Daniela Costa disse...

ya, somos;
e precisamos do mapa só pra vermos igrejas barrocas LOL
E já sabes, quando vires um grupo de raparigas feitas tolas a filmarem em plena avendida, já sabes ;)

Anónimo disse...

Obrigada pelo comentário no meu blog (: De facto tinhas razão (admito que a minha pergunta foi um bocado parva).

Gostei muito do teu texto, a sério. E também gosto muito da música hallelujah. Concordo contigo em relação ao amor ter de levar um ritmo normal e devemos falar só com quem nos interessa. Obrigada porque o teu texto ajudou-me a racionalizar um pouco. Pronto, ajudou muito xb

Anónimo disse...

Escreves muito bem, parabéns x) Vou começar a ser mais assídua na leitura dos teus posts. :b

Anónimo disse...

Oh, eu não concordo contigo. Gostei mesmo muito deste teu texto e aposto que não deves ter escrito assim muito mal anteriormente ;]

Anónimo disse...

A M é das melhores coisas que tenho :)

Anónimo disse...

Agora que já me ri digo que, para mim, este foi um dos teus textos que mais gostei :)

- Bianca disse...

Acho que não são pensamentos tão estranhos quanto isso, são pensamentos de amor mais abertos :) Gostei do texto :)